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Caso de tétano expôe riscos de vacinação inadequada


Você sabia que a infecção por tétano não ocorre somente através da perfuração de itens enferrujados? Normalmente associada à ferrugem, a doença pode ser desenvolvida por outros meios de contaminação e sua letalidade é alarmante.

Tudo começou com um ferimento profundo no pé de Irma Rossoni Wille, em uma terça-feira, 10 de maio. Ninguém do seu círculo de familiares e amigos poderia imaginar que apenas 7 dias depois seu quadro de saúde se tornaria grave, com fortes e violentos espasmos musculares cujas crises contraíam todos os músculos, provocando muita dor e até dificuldade respiratória. Foi assim que ela deu entrada no Hospital Salvatoriano Divino Salvador, em 17 de maio de 2022. 

"A evolução foi muito rápida. Logo diagnosticamos que se tratava de tétano pela característica das contrações, porque a bactéria causadora da doença forma toxinas que atingem as terminações nervosas. Ela apresentava rigidez nas pernas, braços, abdome e tórax, sem sequer conseguir abrir a boca", conta o médico intensivista Dr. Fábio Erbes (CRM 18056). Foi em uma dessas crises que Irma precisou de intubação como forma de reduzir o risco de uma parada respiratória e cardíaca. Por semanas, a paciente recebeu cuidado das complicações potencialmente fatais para evitar um desfecho pior.

"Era um quadro delicado, foi muito angustiante para a equipe", lembra o médico. Qualquer estímulo era o suficiente para desencadear uma reação muscular extremamente vigorosa, com a contração do corpo inteiro. "Um simples toque na paciente já era o suficiente para desencadear essas alterações. Porém, obviamente, era impossível não tocá-la. Exercícios comuns se transformaram em episódios dolorosos, desconfortáveis e potencialmente perigosos caso prejudicassem a respiração ou promovessem alterações cardíacas", explica Dr. Fábio. Depois de 40 dias de luta na UTI, Irma prosseguiu com a recuperação na enfermaria até a alta em julho.

 

O tétano

O tétano é causado pelas toxinas da bactéria Clostridium tetani e é comumente associada a ferimentos causados por objetos enferrujados como pregos ou cercas. Porém, sua disseminação pode acontecer por outros meios já que a bactéria pode ser encontrada em fezes de animais ou de humanos, na terra, em plantas ou em objetos contaminados como pedaços de madeira ou vidro encontrados no solo. Ao entrar em contado com uma lesão na pele, como feridas, arranhões, cortes, mordidas de animais, etc., o microorganismo pode penetrar no corpo humano e provocar o tétano acidental.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 5.224 casos suspeitos de tétano acidental foram notificados no Brasil entre 2007 e 2016, dos quais 56,2% foram confirmados. Entre os 2.939 casos confirmados, 35,1% evoluiu para óbito. Em dados absolutos, isso significa que 1.032 morreram por consequência de tétano no período.

A melhor forma de se prevenir contra a doença é a vacinação, que está disponível em toda rede do Sistema Único de Saúde. O esquema vacinal completo recomendado pelo Ministério da Saúde é composto por três doses administradas no primeiro ano de vida do bebê, com reforço aos 15 meses e 4 anos de idade. A partir de então, recomenda-se um reforço a cada 10 anos.


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