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1987, a primeira conquista da Perdigão da Taça Brasil de Futsal


Jogo é considerado por muitos como o mais "épico" da história da Perdigão

Em um jogo dramático, que teve três prorrogações e mais de duas horas de duração, a Perdigão de Videira (SC) derrotou a Transbrasil de São Paulo e conquistou a 14ª Copa Brasil de Clubes Campeões de Futebol de Salão de forma invicta. O jogo final foi disputado no dia 11 de abril de 1987, no Ginásio Ibirapuera.

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A conquista

Em 1987, as já extintas equipes da Perdigão e Transbrasil entraram em quadra pelo campeonato nacional daquele ano, na época denominado Taça Brasil, competição que ainda existe, porém atualmente seria uma espécie de Copa do Brasil. Na oportunidade equivalia a Liga Nacional, e foi a primeira conquista da Perdigão nesta competição, fato que se repetiria por mais uma oportunidade, no ano de 1990.

Jogando em São Paulo, a Perdigão levou a melhor ao vencer a Transbrasil por 2 a 1. Em um jogo tenso, com muito equilíbrio, o gol do título só veio na terceira prorrogação com morte súbita, anotado por Júlio César.

O Ginásio Ibirapuera estava lotado, a torcida da Perdigão de Videira viajou para acompanhar a partida. À volta para Videira foi emocionante, a cidade estava toda parada esperando a chegada dos campeões.

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Na tradicional foto, em pé (da esquerda para a direita), o saudoso Ricardo Lucena, Júlio Cesar (o autor do gol do título), Jackson , Pança, Sergio Benatti , Marcio Brancher e Joaquim (supervisor). Sentados: Valdecir, Ricardo, Paulo Mussalém, Fabinho e Norberto. Agachados: Nélio (massagista), Paulinho Nunes, Ivan, Luiz, Jorge e Adelmo Albiero

O jogo da Final

Segundo os jornais da época, foi uma grande final.  De um lado, a rápida, aplicada e determinada equipe da Perdigão e, do outro, o time do Transbrasil, com o seu tradicional estilo clássico e de cadenciar o jogo. O empate em 1 a 1 no tempo normal, gols de Morillo (Transbrasil), no primeiro tempo aos 17 minutos, e de Júlio Cesar para a Perdigão, aos 2 minutos do segundo tempo, levaram a decisão para a prorrogação.

Veio a primeira prorrogação, em dez minutos, e com ela, a emoção. Mais agressiva, a equipe da Perdigão esteve mais perto da vitória, porém o placar seguiu sem alterações.

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Persistindo o empate em 1 a 1, foi iniciada mais uma prorrogação de cinco minutos, conhecida como “roleta russa”, já que termina com a marcação do primeiro gol. E nesses cinco minutos as chances foram também praticamente iguais. A melhor foi da Perdigão, que teve tudo para definir a partida, numa bola chutada por Júlio, que se chocou com a trave. O Transbrasil também teve a sua grande chance, quando Douglas chutou de curta distância, obrigando o goleiro Pança, no reflexo, defender com o pé.

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O gol do título

O título brasileiro foi decidido na terceira prorrogação, na altura dos três minutos, quando o ala Jackson (melhor jogador em quadra), depois de limpar a jogada com muita categoria, lançou o jovem carioca Júlio Cesar na entrada da área do Transbrasil, que também com muita tranquilidade marcou o gol que definiu a partida e o título brasileiro em favor da Perdigão, fazendo explodir a barulhenta torcida da cidade de Videira, que festejou bastante o primeiro título nacional conquistado pelo Estado de Santa Catarina.

Delegação da Perdigão que esteve em São Paulo
Norberto, Valdecir, Pança, Márcio, Benatti, Júlio Cesar, Fabinho, Paulinho, Ike, Jackson, Luiz Jorge, Ivan e Ricardo, Francisco Paulo Ugolini (Diretor), Paulo César Mussalém (Técnico), Doutor Hélio Neto P. de Melo Filho (Médico), Joaquim Carlos Pereira Guedes (Supervisor), Ricardo Lucena (Preparador Físico), Nélio Dênis (Massagista), Adelmo Albiero (Mordomo).

 

Classificação Final da 14ª Taça Brasil de Futebol de Salão (1987)

Campeão: Sociedade Esportiva Perdigão

Vice: Transbrasil (São Paulo)

3º colocado: Trichês (Enxuta – RS)

4º colocado: Sumov

26 clubes participaram da competição

Artilheiros: Gera (Sumov) – 9 gols; Murruga (Trichês) – 8 gols; Ivan (Perdigão) – 5 gols

Campanha Invicta

A campanha vitoriosa começou na fase de classificação da Região Sul, disputada em Caxias do Sul, com o seguinte retrospecto:

Perdigão 4 x 2 Santa Clara (MS)

Perdigão 3 x 3 Unibox (PR)

Perdigão 1 x 1 Trichês/Enxuta (RS)

Na fase final, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, a Perdigão conquistou o título, disputando os seguintes jogos:

Perdigão 5 x 0 A.F.U.S.T.A (DF)

Perdigão 2 x 0 São Braz (PB)

Perdigão 2 x 1 A.A BEC (CE)

Perdigão 5 x 3 Transbrasil (SP)

Perdigão 5 x 1 Trichês/Enxuta (RS)

Perdigão 1 x 1 Transbrasil (SP)

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CURIOSIDADE

Segundo informações, na grande final da Taça Brasil de Futsal em 1987, em São Paulo, houve a “invasão videirense”, no Ginásio do Ibirapuera. Cerca de doze (12) ônibus com aproximadamente 500 torcedores se deslocaram de Videira até São Paulo para acompanhar a partida final;

Saulzinho (dirigente-mor da Perdigão) não acompanhou a reta final de jogo, preferiu ficar fora do ginásio. Quando percebeu que partida terminou foi chegando na porta do ginásio e ao encontrar um torcedor paulista, perguntou e aí como deu o jogo? O torcedor da Transbrasil respondeu: “Eles venceram”. Saulzinho não se aguentou e começou a comemorar: “Então eu sou campeão, nós somos campeões”;

Paulo Mussalém cobrava muito do goleiro Pança nos treinamentos. E surtiu efeito, porque o lendário goleiro fechou o gol e foi um dos grandes personagens da conquista.

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HISTÓRIA HILÁRIA

Relatos dão conta, que a Transbrasil não autorizou a Perdigão a treinar na quadra do Ginásio de São Paulo. Chegando lá, o “stafe” da Perdigão, conversou com os seguranças do ginásio, e ofereceu a eles uma caixa de salame e mortadela, os mesmos liberaram o ingresso da equipe videirense na quadra. Quando a delegação da Transbrasil chegou no ginásio se assustou com o time da Perdigão em quadra e o irreverenta Pança brincou com os dirigentes da equipe paulista: 1 a 0 pra nós (risos).

PRINCIPAIS CONQUISTAS DA PERDIGÃO

A Perdigão conquistou cinco vezes o campeonato estadual, duas vezes o campeonato brasileiro, foi três vezes campeã sulamericana e vice-campeã mundial. 

Bicampeã da Taça Brasil de Futsal (1987, em São Paulo e em 1990, em Videira)

Tricampeã do Sul Americano de Futsal. Em 1988, faturou o título em Blumenau, em 1989, em Rosário na Argentina, e em 1990, em Videira;

Pentacampeã Catarinense (1984, 1985, 1986, 1988 e 1989);

Bicampeã da Copa Manchete (1989, em Joaçaba e 1990, em Chapecó);

Campeão Circuito Nacional, em Goiânia (1991);

Bicampeão Sul Brasileiro (1986 e 1987, em Florianópolis)

Tricampeão da Copa GM, em São Paulo (1985, 1988 e 1989)

Campeão da Copa Independência (1986, em Belo Horizonte);

Campeão Brasileiro de Seleções representando Santa Catarina, em Campo Grande (1987);

Campeã Brasileiro Master no Rio de Janeiro, em 1988;

Campeão Copa “OEA” – Assunção (Paraguai), em 1990;

Campeão 1º OPEN, em Joaçaba, em 1990;

Campeão Copa Cidade do Porto, em Portugal, 1991;

Campeão Copa Cidade de Joinville contra a Seleção Brasileira, em 1986;

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VICE CAMPEONATO MUNDIAL

Em 1987, no Rio de Janeiro, a Perdigão ficou com o vice campeonato do 2º Mundial de Clubes de Futebol de Salão. A equipe videirense, jogava pelo empate diante do Bradesco do Rio de Janeiro, na casa dos adversários. A partida estava empate em 2 a 2, até que faltando 40 segundos pro término da partida, Sérgio Sapo, marcou o gol que garantiu o título para a equipe do Bradesco e impôs a mais triste das derrotas da Perdigão. Pela Perdigão o time base era: Pança, Júlio César, Fabinho, Jackson e Ivan, enquanto que no Bradesco: Serginho, Raul, Paulo Eduardo, Jorginho e Carlos Alberto.

 

Gillian Olivo
Colaboração: Pardal e Adelmo Albiero

https://blog-lapelota.com.br/


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