Reduzir para florescer
A reciclagem de lixo entra e sai de pautas a muitos anos. Porém já passou da hora de não pensarmos apenas em como podemos reciclar o lixo, mas pensar em como podemos reduzir nossa produção diária do mesmo. O plástico, por exemplo demora milhões de anos para se decompor na natureza e além de poluente, pode acabar com a vida de muitos seres vivos. Porém nada mata mais do que a falta de consciência.
No Brasil, cada cidadão produz de 600 gramas a 1 quilograma de lixo por dia se multiplicarmos esse número pela quantidade de pessoas que morar nesse país, constatasse que produzimos de 240 a 250 mil toneladas de lixo, por dia! A cidade de São Paulo está no topo da produção de lixo, produzindo certa de 19 mil toneladas diariamente.
A composição do lixo brasileiro é feita por lixo orgânico (52%), papel e papelão (26%), plástico (3%), metais (2%) e outros (15%). Desse lixo 53% vai para aterros sanitários, 23% para aterros controlados, 20% para lixões e apenas 2% são destinados a compostagem e reciclagem. O que é um número muito reduzido mesmo se levarmos em conta que o Brasil recicla 97% das latinhas de alumínio e 55% das garrafas PET.
Embora todas as pessoas já tenham escutado falar em coleta seletiva, muitas pessoas não a fazem por falta de reconhecimento do que pode/deve ser reciclado ou não e não reconhecem o processo e horários de coleta seletiva em seu bairro ou cidade.
Porém tão importante como separar e reciclar o lixo saber o que pode e não ser reciclado, outra prática muito importante e que tem ganho muitas pautas no país, é a de redução de consumo e produção de lixo.
A natureza é muito eficiente na produção de lixo.
Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem de matéria podem reaproveitar o lixo humano, porém grande parte deste lixo sobrecarga o sistema. O problema agrave-se, pois, muitas substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, não se decompondo facilmente.
Grandes organizações como o Greenpeace, nos alertam a muitos anos sobre a produção de lixo de maneira desenfreada e seu descarte realizado de forma incorreta. A poluição das águas, solos e ar, está causando inúmeros efeitos nocivos a nossa saúde, a saúde dos animais e ao Meio Ambiente. Os materiais que podem ser reaproveitados, além de terem um custo baixo ao consumidor, economizam energia elétrica, poluem menos e utilizam menos recursos naturais não renováveis para sua fabricação.
É importante fazer coisas básicas para reduzir o consumo de lixo, o primeiro passo é reduzir ou eliminar o uso de materiais descartáveis da sua vida. Muita embalagens e produtos são elaborados a fim de facilitar a vida das pessoas, tendo seu descarte imediato, após o uso. Esse descarte excessivo causa consequências sérias ao planeta, como a exploração excessiva de recursos naturais e geração de toneladas de lixo, que ao serem descartadas contaminam o solo, ar e recursos hídricos. Por isso a importância de eliminar ao máximo o consumo de produtos com embalagens descartáveis.
Práticas simples como ter um copo seu onde trabalha e evitar utilizar pratos e talheres descartáveis em suas festas, já reduz o consumo de lixo.
Frequentemente feiras e supermercados que te possibilitam comprar a granel, pode ser uma boa solução, porque além de você comprar apenas a quantidade de que precisa, evitar embalagens, contribuindo de duas formas para acabar com o desperdício. Outro ponto importante, é que em geral produtos vendidos dessa forma, possuem valor mais acessível. Outra dica válida, é quando for comprar produtos a granel, utilizar embalagens retornáveis, como sacos vedáveis e utilizá-los toda vez que for comprar determinado produto. Compre produtos que possuem refil, eles são ótimos aliados na redução do lixo. Dessa forma você compra apenas uma embalagem e a utiliza diversas vezes antes de reaproveitar ou encaminhar para o destino final. Porque convenhamos, como o seu objetivo é comprar o conteúdo e não sua embalagem, produtos com refil, são os melhores. Eles custam mais barato e têm a mesma eficiência.
Recusar correspondências desnecessárias, cartas sobre cartões e catálogos podem ser evitados. Ligue para a empresa e solicite o cancelamento dos mesmos, dessa forma você evita correspondência desnecessária e contribui com o Meio Ambiente. Além de contribuir com menor geração de lixo, você colabora com o clima do planeta, pois muitas dessas cartas são enviadas até sua cidade em tipos de transportes que emitem toneladas de dióxido de carbono, no planeta todos os anos. Outra dica importante é que você também evite mandar papéis pelo correio, opte por enviar uma mensagem de forma virtual, utilize outros meios, apenas quando muito necessário.
Quando algo quebrar evite jogar fora. Antes de fazer o descarte avalie se aquela peça não possui conserto, se você adicionar uma peça que falta ou se utilizar um pouco de cola. No caso de equipamentos eletrônicos, procure assistência técnica ou um especialista para avaliar o mesmo, muitas vezes reparando o objeto você evita o descarte e economiza.
Opte por fazer você mesmo. Toda vez que você compra algo que poderia ter feito, você perde a oportunidade de reduzir gastos e ter novas experiências. Do molho de tomate ao gloss natural, muitas coisas podem ser feitas em casa, e várias pessoas já aderiram a essa técnica e garantem que além de reduzir o lixo, essa prática possui inúmeras outras vantagens. Saber detalhadamente tudo o que foi utilizado naquele produto ou ainda poder dizer que foi você mesmo que fez, podem tonar tudo mais prazeroso, tudo isso de forma mais saudável também, lembre-se que se não for possível evitar a geração de algum resíduo específico, tente reutilizá-lo antes de jogar fora, duas práticas amigas nesse processo são reaproveitar a reciclar.
Quando for fazer compras, principalmente no mercado, leve uma sacola daquelas retornáveis ou um carrinho de feira, dessa forma você evita consumir milhares de sacolas plásticas, que além de serem difíceis quando o assunto é transportá-las, vão direto para a lixeira quando chegam em casa e são grandes vilãs quando o assunto é decomposição.
Faça feiras ou coloque em brechós as roupas, calçados e acessórios que não servem mais, ou não fazer mais parte do seu estilo. O que é uma peça que já não lhe agrada mais, pode ser algo que a outra procura, além de lhe render uma grana extra. Se você não concorda com esse tipo de prática, a doação também é uma opção, você ajuda quem precisa e não contribui com o descarte de roupas, muitas vezes de forma indevida.
Grandes empresas já se pronunciaram sobre a redução de consumo de lixo e buscam práticas para ajudar nesse processo, a Apple, tem recolhido celulares, computadores e demais equipamentos de descarte e fazendo a sua reciclagem ou descarte correto, quando algumas peças não podem ser reaproveitadas. O MC Donalds, está com a tentativa de substituir os canudos de plástico, por canudos de papel, na busca por reduzir o consumo de plástico.
Algumas empresas veem o que é lixo como uma oportunidade de negócio, no ramo têxtil por exemplo muitas empresas estão colocando na composição de suas roupas, um item que seria artigo de descarte ou reciclagem: as garrafas pet. E tem sido um sucesso no termo sustentabilidade. Assim como muitas empresas tem o lixo como matéria prima, dá pra fazer de telha a colchão com o que descartamos.
Eu sei que é um eterno clichê, mas convenhamos se reduzirmos o consumo de lixo com boas práticas e intensificarmos a reciclagem, o planeta agradece.
Tempo de Decomposição de Resíduos
Casca de Fruta: 01 a 03 meses
Papel: 03 a 06 meses
Palito de Madeira: 06 meses
Pano: 06 meses a 01 ano
Fralda descartável biodegradável: 01 ano
Chiclete: 05 anos
Isopor: 08 anos
Filtro de Cigarro: 05 a 10 anos
Tampa de Garrafa: 15 anos
Madeira Pintada: 15 anos
Nylon: mais de 30 anos
Sacos Plástico: 30 a 40 anos
Copos e latas plásticas: 50 anos
Lata de Conserva: 100 anos
Latas de Alumínio: 200 anos
Plástico: 450 anos
Fralda descartável comum: 450 a 600 anos
Vidro: Indeterminado
Borracha: Indeterminado
Garrafas plásticas (PET): Indeterminado
Tempo de Decomposição nos Oceanos
Papel toalha: 02 a 04 semanas
Caixa de papelão: 02 meses
Palito de fósforo: 06 meses
Jornal: 06 meses
Fralda descartável biodegradável: 01 ano
Restos de fruta: 01 ano
Bituca de cigarro: 02 anos
Lata de aço: 10 anos
Madeira pintada: 13 anos
Copo plástico: 50 anos
Boia de isopor: 80 anos
Lixo radioativo: 250 anos
Camisinha: 300 anos
Garrafa Plástica (PET): 400 anos
Fralda descartável: 450 anos
Linha de nylon: 650 anos
Lata de alumínio: não corrói
Vidro: tempo indeterminado
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