Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade


Uma pausa para pensar e proteger


Um vírus desafiador colocou grande parte do mundo em isolamento social. Não dá para romantizar uma doença tão devastadora que matou muitos e aterrorizou milhares, que sacudiu a economia e estremeceu governos. Mas partindo da premissa de que a maioria das pessoas não sabe pausar e nem se preocupa muito com o bem estar do próximo, essa quarentena foi um choque de realidade, para repensarmos nossa trajetória nesse mundo e ressignificarmos a nossa maneira de ver o mundo e nossos semelhantes.  

O vírus surgiu na China. Atravessou oceanos e colocou a Europa em estado de emergência. O que parecia uma gripezinha simples e que não afetaria muito nossos corpos jovens e saudáveis.Foi capaz de matar idosos, diabéticos, cardíacos, pessoas com doenças crônicas e autoimunes, além de se alastrar muito mais rápido do que uma fake news espalhada no grupo de whatsapp da família. O vírus desafiou a ciência, preocupou a classe da saúde e alarmou a população. E veio a ordem: “para que o vírus não se alastre, é necessário isolamento social. Não saiam de casa!” e o que até então era motivo de memes pela internet, virou um momento de reflexão ensurdecedor.

Não há como enxergar possibilidades boas, dentro de estatísticas tão doloridas e ver partes positivas em uma doença que matou e afetou muita gente. Porém o que houve foi um momento de reflexão muito pessoal. Cada um conseguiu observar como é importante sentir-se livre para ir e vir e como colocar o “focinho” para fora de casa nos faz bem. As pessoas conseguiram refletir sobre como o seus empregos são importantes e o quanto as empresas onde trabalham tem um grande impacto social, seja na geração de empregos, ou importância na vida das pessoas. Com tudo parado foi possível ressignificar nosso universo. Fazer a mais dolorida e importante reflexão: a pessoal. Eu sou uma boa pessoa? Eu consigo enxergar o outro como ele é? Como as minhas atitudes influenciam e impactam na vida de terceiros? Como eu me porto perante a uma situação de alta periculosidade? Eu me importo mais com quantas vidas serão salvas ou com quanto dinheiro deixarei de ganhar? Todos esses pensamentos são incômodos, por isso temos o hábito de deixar eles para lá e focamos em coisas que julgamos mais importantes. Mas como vamos resolver todos os problemas do mundo se não conseguimos nem começar por nós mesmo?

Houve um momento de união mundial. Onde as pessoas se reencontraram, se reconectaram e praticaram a empatia. As pessoas buscaram conhecimento. Preocuparam-se umas com as outras sendo ajuda ou amparo. Cantaram em coro para que o tempo passasse e todo mundo lembra-se que o mundo superaria mais essa. As pessoas acreditaram na ciência. As pessoas celebraram a sua fé e respeitaram a fé do outro. Nessa hora deixou-se um pouco de lado todas as outras questões que diferenciam uma pessoa da outra e ficamos despidos de todas as nossas percepções ruins. Conseguimos estabelecer uma relação de cumplicidade muito maior com quem amamos. Ficamos mais leves, mesmo expostos a tanta preocupação e dor. Ficamos mais sensatos. Nos tornamos mais empáticos. Talvez o mundo precisasse mesmo de uma bela sacudida.

Larissa Lucian


Matérias Relacionadas
COMENTÁRIOS

Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade